segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SAÚDE: SUS paga 201 consultas no mesmo dia para paciente

Do Folha de São Paulo
Em um único dia, um paciente “conseguiu ser atendido” 201 vezes em uma clínica de Água Branca, no Piauí. A proeza não parou por aí -o valor das duas centenas de consultas foi cobrado do SUS. O mesmo local cobrou tratamentos em nome de mortos.
Casos assim explicam como, em cinco anos, cerca de R$ 502 milhões de recursos públicos do SUS foram aplicados irregularmente por prefeituras, governos e instituições públicas e particulares.
Esse meio bilhão, agora cobrado de volta pelo Ministério da Saúde, refere-se a irregularidades identificadas em 1.339 auditorias feitas de 2008 a 2012 por equipes do Denasus (departamento nacional de auditorias do SUS) e analisadas uma a uma pela Folha.
Um dos problemas mais frequentes são os desvios na aplicação de recursos -quando o dinheiro repassado a uma área específica da saúde é aplicado em outro setor, o que é irregular.
Também há casos de equipamentos doados e não encontrados, cobranças indevidas, problemas em licitação e prestação de contas, suspeitas de fraudes e favorecimentos.
Com o valor desviado, por exemplo, poderiam ser construídas 227 novas UPAs (unidades de pronto atendimento) ou, ainda, 1.228 novas UBS (unidades básicas de saúde). O orçamento do ministério em 2012 foi de R$ 91,7 bilhões.
Para burlar as contas do SUS, gestores falsificam registros hospitalares ou inserem em seus cadastros profissionais “invisíveis”.
Em Nossa Senhora dos Remédios, também no Piauí, de 20 profissionais cadastrados nas equipes do Programa Saúde da Família, 15 nunca haviam dado expediente.
Em Ibiaçá (RS), remédios do SUS foram cedidos a pacientes de planos de saúde.
Veja matéria completa AQUI.
Fonte: Blog do Carlos Santos

MENSAGEM DO DIA

“Para conhecer os homens, torna-se indispensável vê-los agir. ”
Jean-Jacques Rousseau

ESTADO: Projeto itinerante visita cidades do interior e registra suas histórias através da sétima arte

 Apresentar o universo da sétima arte a cidades do interior do Rio Grande do Norte, através de cursos, oficinas e produção de filmes. Esse é um dos principais objetivos do projeto “Nós na tela”, idealizado e desenvolvido pelo cineasta Geraldo Cavalcanti, em parceria com a Secretaria Extraordinária de Cultura e Fundação José Augusto (Secultrn/FJA).

Iniciada em 2008, a iniciativa já produziu 12 filmes, sendo que dois deles com estreia agendada para os próximos dias 25 e 26, nas cidades de Tenente Laurentino Cruz (“O Mirante”) e Lajes (“Odisseia de Ícaro”), respectivamente.

“A ideia surgiu a partir do momento que identificamos a demanda de grupos que trabalhavam com audiovisual nas cidades do interior, mas sem nenhum tipo de formação, preparo profissional. Reuni então uma equipe de cinco pessoas, e passamos a desenvolver ações voltadas para esses grupos”, relata Geraldo Cavalcanti.

A primeira cidade visitada pelo “Nós na tela” foi Caicó, onde foi gravado o curta “Belíssima”. Em seguida, municípios como São José de Campestre, Goianinha, Jardim do Seridó e São José do Mipibu, entre outros, também foram contemplados com o projeto. “Trabalhamos com as pessoas das próprias comunidades. Descobrimos histórias, localizamos os grupos, e produzimos os curtas-metragens”, destaca Geraldo Cavalcanti.

A equipe passa um mês em cada cidade visitada, promovendo oficinas de interpretação. A cada oficina, os alunos, de faixas etárias e graus de instrução variados, surgem os trabalhos baseados em argumentos que recontam histórias e “causos” dos lugares percorridos. “O que temos percebido é que a passagem do coletivo ‘Nós na tela’ pelas cidades melhora a autoestima da população, que passa a se conhecer melhor, através de suas próprias histórias”, afirma o cineasta idealizador do projeto.

Segundo Geraldo Cavalcanti, além de possibilitar o acesso à produção audiovisual de qualidade, o “Nós na tela” também tem servido para lançar talentos que antes não teriam condições de demonstrar seu potencial. “São talentos natos. Em Lajes, por exemplo, descobrimos um garoto, de oito anos, chamado Joalisson, que tem uma intuição incrível. São pessoas sem formação técnica, mas com muito talento”, diz.

O próximo filme do coletivo já está sendo produzido, na cidade de Janduís, com previsão de lançamento para novembro, quando ocorre a II Mostra de Audiovisual Nós na Tela, percorrendo os municípios de Lajes, Tenente Laurentino Cruz, Florânia, Alexandria e Janduís. “Também estamos preparando o lançamento de uma TV Web, onde serão disponibilizadas todas as ações do projeto, como making of, e os próprios filmes”, complementa Geraldo Cavalcanti.

Além do apoio da Secultrn/FJA, o “Nós na tela” conta com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Fonte: Jornal O Mossoroense

ESTADO: Maior reservatório de água doce do Rio Grande do Norte está abaixo de 40%

Barragem Armando Ribeiro Gonçalves com mais de 10 metros abaixo do nível total de armazenamento
Cézar Alves/Da Redação
Os reservatórios chegam ao nível crítico e muito crítico respectivamente nas regiões Seridó, Vale do Açu e Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Os dados são da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos. Podem ser consultados AQUI.
Nesta sexta-feira, 18, o Instituto Trata Brasil divulgou o balanço nacional, em relação a 2010, de desperdício de água distribuída nas cidades potiguares. A reportagem está na edição impressa do Jornal de Fato.
O Rio Grande do Norte aparece 49,25% da água desperdiçada, acima da média nacional que é de 37,57%. No RN, o estudo aponta como razões para os desperdício desvios de água, uso incorreto e medições erradas ou até mesmo ausência de medidores.
Estes dados associados do Estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil ao que resta de água nos mananciais da região Seridó, Vale do Açu, Trairi, Potengi, Agreste e Alto Oeste, responsável pelo abastecimento de uma população de aproximadamente 1,2 milhão de habitantes, revela um quadro preocupante.
Além de não ter água, o pouco que temos estamos desperdiçando. A presidência da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, respectivamente Yure Pinte e Leonardo Rêgo são conscientes da quadro.
Em Pau dos Ferros, a barragem que abastece a cidade 30 mil habitantes e as outras vizinhas está com apenas 10,12% de seu volume total de armazenamento que é de 56 milhões de metros cúbicos de água. No município, a água distribuída pela CAERN já apresenta odor forte. "Insuportável", diz o procurador da república Fernando Rocha, que atua como substituto na Comarca da Justiça Federal em Pau dos Ferros.
A Barragem de Santa Cruz, em Apodi, que ainda não abastece as cidades de Mossoró e do Alto Oeste, está com 53% de seu volume que é capaz de armazenar, que é de 600 milhões de metros cúbicos de água. Estes dois reservatórios estão na bacia Apodi/Mossoró. Este último, o Governo está construindo sistema adutor para abastecer Mossoró e as cidades do Alto Oeste. Quer também abastecer o distrito Irrigado da Chapada do Apodi.
Já na bacia Piranhas/Açu, o quadro não chega a ser tão crítico quanto na região de Pau dos Ferros, que a água já não presta mais par ao consumo humano. O Açude Marechal Dutra, mais conhecido como Gargalheiras, no município de Acari, está com apenas 20,23% de sua capacidade total de armazenamento de 40 milhões de metros cúbicos de água. A CAERN calcula que suporta abastecer as cidades até fevereiro de 2013.
O Açude Boqueirão de Parelhas, em Parelhas, está com apenas 21,63%, também já impondo enormes dificuldades a população. O Itans, em Caicó (64 mil habitantes), chegou a 15,39% de sua capacidade total que é de 81 milhões de metros cúbicos de água. "A população começa a ficar preocupada pois ainda temos 3 meses de seca pela frente", diz o radialista Sidney Silva, que comanda um dos programas de maior audiência na região.
O açude Dourados, em Currais Novos, praticamente secou. Tá com apenas 4,23% de seus 10 milhões de metros cúbicos de água capaz de armazenar. Assim como estas duas bacias hidrográficas, também estão em nível crítico as Bacias do Trairi e Potengi.
O maior dos reservatórios de água doce no RN e também o que mais abastece cidades atraves de sistema adutor: Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves localizada entre as cidades de Itajá e Jucurutu. Abastece mais de 40 cidades, num universo aproximado de 500 mil habitantes.
Além disto, a Armando Ribeiro é responsável direto, através da perenização do rio Piranhas/Açu, pela irrigação de pelo menos 30 mil hectares no Vale do Açu, sendo fundamental no setor produtivo nos setores de frutigrangeiros.
A Semarh fez medições neste reservatório no dia 17 passado, constantando que o nível de armazenamento chegou a 39,48% de sua capacidade total, que é de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, isto significa dizer que o reservatório tem apenas 947 milhões de metros cúbicos de água para abastecer mais de 40 cidades, inclusíve Mossoró, além de vários projetos de irrigação na região do Vale do Açu, até a próxima temporada de inverno.
O número de cidades em situação de emergência no Rio Grande do Norte em função da seca, conforme o secretário Leonardo Rêgo, da SEMARH, já passa de 120. Muitas das cidades, inclusive as mais próximas dos maiores reservatórios, como Jucurutu, já estão sendo abastecidas com carros pipas.
O Comitê Gestor do Piranhas/Açu, composto por autoridades do Rio Grande do Norte e da Paraíba, já está orientando os usuários de água ao longo da Bacia Hidrográfica Piranhas/Açu, da Barragem do Coremas (1,3 bilhão de metros cúbicos de água) a Barragem Engenheiro Armando Ribeiros Gonçalves, em dias alternados. Na medida que a água reduz, o comitê vai direcionando o abastecimento apenas para as cidades através da CAERN e carros pipas.
Fonte: Jornal de Fato