domingo, 21 de julho de 2013

MOSSORÓ: Caos na saúde

Usuários denunciam precariedade do SUS

Postos de Saúde sem médicos, número insuficiente de profissionais, superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no único hospital de urgência e emergência da cidade, o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), são alguns dos problemas enfrentados por quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS).

As dificuldades começam na atenção básica, que não oferece as condições necessárias para realizar todos os atendimentos de baixa complexidade, fazendo com que o problema seja transferido, para a média e alta complexidade, que já possui a estrutura física e humana deficitária, criando um cenário de caos na saúde pública.

 A jardineira Eliane Regina sabe bem o que é depender do SUS. Semana passada, ela procurou a unidade do seu bairro, Aeroporto. “Estou chegando agora [segunda] para vacinar, mas já vim antes por causa de um tio meu e a médica da área dele está de férias”, conta.

Seu tio, de 56 anos de idade, que já sofre com uma úlcera em uma das pernas, quebrou o fêmur da outra perna. De início, foi levado ao Tarcísio Maia, porém, não houve como se submeter à cirurgia e ele foi mandado para casa, para esperar uma vaga em Natal. Na capital do Estado, uma parente tenta agilizar a ida do paciente, porém, para conseguir a vaga ele precisa de um parecer médico. Mas terá que esperar até que a médica do Programa Saúde da Família (PSF), que cobre a área onde reside, retorne das férias, o que só deve acontecer no início de agosto.

Nem mesmo a vacina – Pneumocócica – que Eliane procurou para a filha estava disponível na unidade de sua área. Diante disso, é preciso recorrer ao bairro mais próximo. “Agora vou ter que ir lá no Boa Vista, ver se lá tem”, diz ela.

A assistente social da UBS, Sheila Guedes de Araújo, conta que a unidade possui duas equipes de Programa Saúde da Família (PSF), cada uma composta por uma profissional de Medicina, uma enfermeira, um dentista, uma atendente de dentista e um técnico de enfermagem. Cada médica cobre, ao todo, uma área de, aproximadamente, mil pessoas. Diariamente, por turno, uma média de 16 a 20 usuários são atendidos.
Quando a médica de uma das equipes está de férias, a outra continua trabalhando. Mas, pela demanda, só tem como atender pacientes do setor que não é dela se for um caso de urgência. Além disso, caso algum imprevisto ocorra e a profissional precise se ausentar a população do bairro fica desassistida.

A UBS do Aeroporto atende uma média de duas mil famílias. “Mas tem umas mil descobertas”, informa a assistente social. Para tentar atender essa demanda, as profissionais dedicam um dia da semana aos usuários da área sem cobertura.

De acordo com Sheila Araújo, na unidade são marcados todos os tipos de exame. Se forem exames laboratoriais, a marcação é feita na quinta e o exame é realizado na sexta. Já as ultrassonografias são marcadas uma vez por semana, 15 desses exames são oferecidos, semanalmente, sendo dez para o público externo e cinco para idosos e outros pacientes preferenciais.

Exames mais complexos como endometria e densitometria são ainda mais raros. Uma vez por mês são ofertadas cinco endometrias e oito desintometrias.

Sheila Guedes admite que a quantidade de moradores do setor forma uma demanda para mais uma equipe de PSF. Porém, para que isso aconteça, é preciso ter uma estrutura física que dê suporte a esses profissionais. Segundo ela, a Prefeitura de Mossoró já comprou o terreno para a construção de uma nova sede da UBS.

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Fonte: Jornal Gazeta do Oeste